Segundo
José Atílio Vanin (1994):
A
química é o ramo da ciência que estuda as transformações da matéria. Estas
acontecem através das reações químicas – mediante as quais uma substância se
transforma em outra, de propriedades muito diferentes daquelas iniciais.
Qualidades materiais como resistência ao choque, solubilidade em água, cheiro,
sabor, cor, brilho, estado físicos (sólido, líquido ou gasoso) e a capacidade
de continuar reagindo podem sofrer alterações drásticas.
Um
exemplo simples é a utilização do fogo, além de destruir bactérias que poderiam
causar doenças, o cozimento de alimentos como a carne, amido etc, facilita a
digestão, assim, o nosso organismo gasta mais energia para digerir carne crua
do que para digerir carne assada. Esta economia de energia pode ser utilizada
em outro órgão, como o cérebro.
Na
revista Scientific American encontramos uma reportagem denominada: Alimentos e
evolução humana, nela, o autor William R. Leonard, deixa claro que nosso corpo
em repouso dedica 20 a 25% do consumo de energia, em calorias, ao cérebro,
principalmente na forma de carboidratos. Primatas não-humanos utilizam apenas 8
a 10% do consumo de energia do corpo quando em repouso. Assim, é possível
perceber o quanto o nosso cérebro gasta energia quando comparado ao cérebro de
outros animais de organismo parecido ao nosso.
Atividades
como a leitura, criações artísticas como a música, pintura etc. Só são
possíveis graças ao estado atual e evoluído de nosso cérebro. Para isto o nosso
cérebro gasta muita energia, assim, a evolução dele só foi possível graças à
evolução da nossa dieta.
Segundo
W. R. Leonard (2003):
A
ingestão de mais alimentos de origem animal é uma forma de aumentar a densidade
calórica e nutricional, uma mudança que parece ter sido crítica na evolução da
raça humana. Mas poderiam nossos antepassados ter melhorado a qualidade
alimentar de outra forma? Richard Wrangham, da Harvard University, e colegas
recentemente pesquisaram a importância do cozimento na evolução humana. Eles
demonstraram que cozinhar não só faz com que os vegetais fiquem mais macios e
fáceis de se mastigar, como aumenta substancialmente o conteúdo energético
disponível, particularmente em tubérculos feculosos como a batata e a mandioca.
Quando crus, as féculas não são imediatamente quebradas pelas enzimas do corpo
humano. Quando aquecidos, porém, esses carboidratos complexos tornam-se mais
digestíveis e, portanto, liberam mais calorias. Os pesquisadores propuseram que
o Homo erectus foi, provavelmente, o primeiro hominídeo a usar o fogo para
cozinhar há, talvez, 1,8 milhão de anos. Eles sustentam que aquele cozido
antigo de vegetais (especialmente tubérculos) permitiu à espécie desenvolver
dentes pequenos e cérebros maiores que seus antecessores. Além disso, as
calorias extras permitiram ao H. erectus começar a caçar - uma atividade
energeticamente dispendiosa - com maior frequência. (...) O cozimento foi
claramente uma inovação que melhorou substancialmente a qualidade da
alimentação humana. Mas ainda continua incerto quando essa prática apareceu.
Assim
o ganho energético obtido nas reações químicas presentes no simples cozimento
dos alimentos permitiu a evolução do cérebro da nossa espécie.
Para
conhecer mais leiam:
-
Alimentos e evolução humana: Mudança alimentar foi a força básica parasofisticação física e social
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